sábado, 12 de dezembro de 2009

Última aula antes do Natal...

Devido ao lançamento do meu livro no dia 15, confirma-se a passagem da aula de Economia e Poder para o dia 14 (2ª feira), das 17 às 19 horas.

Entretanto, o texto da Sofia Aboim referido no programa está disponível aqui.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Um Amor Colonial

O meu livro Um Amor Colonial será lançado às 18 horas do próximo dia 15 (3ª feira), na livraria Barata da Av. de Roma, Lisboa.

É a história de vida de um homem criado em Angola e do amor que perseguiu (e acabou por perder) pela Lisboa, Luanda e Moçambique dos anos 60 e 70. Segue-se um posfácio analítico (disponível aqui).
Alguns excertos estão disponíveis em pré-publicação, aqui.

O livro será apresentado por Jorge Vala, psicólogo social e Director do ICS.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Ambiguidade do poder, legitimação e hegemonia


Todo um mundo!
Algumas boas formas de nele entrar:

Clastres, sobre os chefes ameríndios sem poder.

A sociedade "acéfala" Nuer, segundo Evans-Pritchard.

Adler, sobre a realeza sagrada fazedora de chuva.

Godelier, analisando o estado Inca.

Crehan, acerca do(s) conceito(s) de hegemonia em Gramsci. Ou, numa frase, a foto que ilustra este post.

Dádiva e etc.

Alguns bons textos para acompanharem a leitura do Ensaio Sobre a Dádiva, de Marcel Mauss:

A posição de Sahlins.

Yañez-Casal, sobre as críticas ao Ensaio e sobre a dádiva nas sociedades contemporâneas.


(E, já agora, aqui fica o programa da cadeira.)

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Um livro interessante e oportuno


Está para download gratuito e cai como sopa no mel, tendo em conta as questões que discutimos e discutiremos.

O link está aqui.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Back to business

Bem-vindos(as), gentes da cadeira de Economia e Poder, para o mestrado em Antropologia Social e Cultural do ICS e o doutoramento interuniversitário em Alterações Climáticas!

Cá fica a indicação de links disponíveis para alguns textitos que lhes permitirão ir abrindo o apetite.
Outros se seguirão em breve.

Balandier, sobre a o domínio do político;

Feliciano e Yañez-Casal, sobre a antropologia e o económico;

O velho Manifesto do Partido Comunista, de Marx;

Sahlins, debatendo as sociedades da abundância de caçadores-recolectores.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

That's all, falks

Lançadas as notas de exame, é tempo de descanso - pelo menos para quem não faz trabalho de campo no verão, como certos investigadores/professores...

Este blog vai estar calminho nos tempos mais próximos.
Só aqui irei pôr o anúncio do lançamento de um livro meu (quando souber quando e onde vai ser) e algum comentário a que não resista.

Entretanto, acrescentei um link aí ao lado, para um blog que interessará muito a quem não seja totalmente indiferente às questões económicas.

Boas férias!

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Economia de notas


Foram hoje lançadas, na secretaria virtual da FCSH, as classificações finais da cadeira de Antropologia Política.
Tinham, entretanto, sido afixadas ontem as notas dos alunos que, tendo em conta a sua classificação na "metade" da cadeira leccionada por Adolfo Yañez-Casal, corriam um risco plausível de ir a exame.

Aos que vão mesmo, desejos de bom estudo.
Aos que se viram livres de nós, desejos de boas férias.
Particularmente aos que subiram de nota em relação à primeira parte da cadeira, os meus parabéns e agradecimentos pelo seu esforço, dedicação e resultados.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Medições políticas

Foram já lançadas, na "secretaria virtual" da FCSH, as classificações finais da cadeira de Antropologia Política.

Parabéns aos 95,5% que passaram e obrigado àquelas pessoas que mais se dedicaram - o que se viu nos resultados obtidos.

Pela minha parte, valeu o esforço que fiz. Mesmo se, confesso, esperava um pouco mais.

Espero que, também para vocês, tenha valido a pena.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Seminário final de Antropologia Política


Apesar de já estarem em tempo de frequências, apelo a todos os alunos de Antropologia Política para que compareçam no seminário de encerramento da cadeira, na última 6ª feira do semestre, onde os colegas discutirão as questões de poder relacionadas com a saúde e diversidade cultural.

Como estímulo à presença, serão divulgados nessa aula os resultados do teste escrito.

Quanto aos alunos que irão apresentar o seminário, sugiro que façamos um balanço da sua preparação na próxima 4ª feira, às 10 horas. Digam da vossa disponibilidade.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Bute lá avaliar a Antropologia Económica!

Está disponível aqui o enunciado do trabalho escrito da cadeira de Antropologia Económica.

Deverá ser entregue até dia 24 de Junho, ou através do e-mail antropocoiso@gmail.com , ou presencialmente na Sala 2, no próprio dia 24, às 10h. ou às 14h.

Desejos de bom trabalho!

terça-feira, 16 de junho de 2009

Avaliação e textos de Antropologia Económica

Visto que vários alunos estarão fora de Lisboa na data prevista para a avaliação escrita da cadeira de Antropologia Económica e que a solução em seguida indicada é preferida pelos alunos presentes nas aulas, a última avaliação escrita da cadeira será feita da seguinte forma:

O enunciado será disponibilizado aqui, na próxima quinta-feira.
Os alunos deverão enviar as respostas para o e-mail que será então indicado, até ao dia 24 de Junho, 4ª feira (inclusive).


Entretanto, existem mais 3 textos que serão ainda leccionados antes da frequência, por coincidência de autoria deste vosso criado:

Sobre a relação entre economia, poder e perigo na refinaria de Sines (bem mais curto que o livro recomendado e disponível aqui);

Sobre a influência da memória histórica nas relações de trabalho industriais (disponível aqui);

Sobre a coexistência de crenças locais e racionalidade tecnológica em indústrias modernas (download aqui).

Boas leituras e bom trabalho!

domingo, 7 de junho de 2009

Votemos todos em coro!

Eu bem sei que neste domingo não se vota para quem manda em Bruxelas e, consequentemente, na maioria das leis que nos vão regulando.
Suponho que isso seria uma coisa importante de mais para ser deixada nas mãos de mecanismos democráticos e de populaça ignorante como nós...

Mas lá estarei a votar e apelo a todos vós que o façam, mesmo que escolham gente de que eu discorde ou mesmo despreze.

Acrescento duas boas razões, às eventuais simpatias partidárias ou às zangas com o buraco em que nos meteram:

- Grandes níveis de abstenção acabam por ser manipulados para reforçar a ideia de, estando-se a maltosa nas tintas para um Parlamento Europeu sem verdadeiro poder, não se justifica que ele passe a ter poder real, nem que o real poder seja atribuído pelo voto.

- Grandes níveis de abstenção facilitam coisas estranhas, tipo vermos partidos com discurso populista de franca direita ficarem em 2º lugar em sítios como a minha querida Holanda.

É capaz de chegar para justificar o quarto de hora gasto a ir lá meter o papelinho, não?

sábado, 6 de junho de 2009

Avaliação, dura avaliação...

Visto que a FCSH estará encerrada na data prevista para a avaliação da cadeira de Antropologia Política, as perguntas deverão ser respondidas em casa e enviadas dia 12 de Junho de 2009, para o endereço de e-mail antropocoiso@gmail.com

O enunciado da avaliação está disponível para download aqui.

Desejos de bom trabalho!

terça-feira, 2 de junho de 2009

Economias "outras"

Alguns textos de interesse acerca de economias que não estão prioritariamente subordinadas à lógica mercantil:

Marshal Sahlins sobre as "sociedades da abundância" de caçadores-recolectores,

A proposta de Claude Meillassoux de um "modo de produção doméstico",

A agricultura Macua, explicada por Christian Geffray,

Adolfo Yañez-Casal e o fracasso da aldeias comunais em Moçambique.


E, já agora, um interessante dossier sobre a economia a que muitos chamam "informal", disponível aqui.

Uma semi-polémica que talvez vos interesse

A partir da afirmação de Miguel Vale de Almeida de que «os direitos das minorias não podem ficar sujeitos à vontade da maioria», apresentaram-se alguns argumentos aqui e aqui.

Com um registo retórico bloguístico, entre dois conhecidos de longa data que gostam de se picar um ao outro.
Mas, mesmo assim, talvez vos interesse. E mereça debate entre nós.

domingo, 31 de maio de 2009

Mais uns textos que interessarão...



... a quem se interesse por antropologia política e pelos seus temas.

Brigitte Bagnol, sobre o papel do poder dos mortos na forma de casamento designada por lobolo.

Este vosso criado, sobre a reintegração social, por via ritual, dos veteranos de guerra.

Sofia Aboim, sobre a renegociação do poder e papeis de género na moderna Maputo.

Miguel Vale de Almeida, sobre multiculturalismo e cidadania cosmopolita.

Debater, debater sempre!

Seguem-se aqui em baixo foruns de debate sobre 4 temas que, creio, não só são essenciais para quem esteja a estudar Antropologia Política, como poderão interessar a muitas outras pessoas.

Outros 2 se seguirão, ao longo desta semana.

Be my guests!

Ambiguidade do poder

Em que medida a chefatura ameríndia (Clastres) e a realeza sagrada africana (Adler) expressam visões opostas da natureza do poder ou, pelo contrário, expressões diferentes de uma mesma visão acerca da natureza do poder?

Que relevância pode isso ter para a discussão dos temas dos temas dos outros fóruns?

Violência e hegemonia

Olhando para os casos históricos dos impérios Azteca (Soustelle) e Inca (Godelier), que conclusões se podem tirar acerca da importância da violência e da legitimação/hegemonia para reproduzir a dominação política?

Em que medida é isso pertinente, quando nos confrontamos com fenómenos como a actual violência nas favelas cariocas?

Linguagens de poder e participação

Em que medida o recurso a linguagens políticas como as acusações de feitiçaria sobre governantes que “comem sozinhos” (West) podem constituir formas de participação democrática?

"Contrato social" e violência

Atentando, por exemplo, nos contextos urbanos contemporâneos em Moçambique (aqui e aqui), em que medida a discrepância entre as noções de “contrato social” das elites e as das populações pode tornar-se fonte de violência pública?

E em que medida o podem ser, sem que tal ponha em causa os detentores do poder político?

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Linguagens de poder

Complementando alguns textos que tenho vindo a aconselhar, sugiro mais dois com interesse para a questão das linguagens do poder e das apropriações populares do político:

“Uma tentativa de análise «ideo-lógica»: as metamorfoses do vampiro, duma sociedade de consumo a outra”, de Marc Augé

"Uma teoria etnográfica da democracia: a política do ponto de vista do movimento negro de Ilhéus", de Marcio Goldman

Desejos de boas leituras! Já agora, sem derramamento de sangue.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Legitimação, contratos sociais e violência

Para acompanhar o que andamos a discutir em Antropologia Política, para além deste artigo do Jason Sumich que já tinha divulgado, estes dois outros:

Gémeos, Albinos e Prisioneiros Desaparecidos: uma teoria moçambicana do poder político

O Linchamento como reivindicação e afirmação de poder

E, já agora, alguns polémicos videoclips, do não menos polémico rapper Azagaia.








terça-feira, 12 de maio de 2009

"Dádiva", "reciprocidade" e expoliação

Aqui vão as referências de 4 artigos que, sob este tema, certamente interessarão as alunos, estudiosos e interessados em Antropologia Económica e nas consequências do Ensaio Sobre a Dádiva:

- O capítulo de Malinowski acerca do kula, disponível aqui;

-Um artigo de Randles sobre a reciprocidade na África Bantu, (está aqui);

- Um outro, de Wachtel, onde o Estado Inca é analisado do ponto de vista da reciprocidade (download aqui);

- Um capítulo de Godelier, onde este analisa a mesma realidade segundo a perspectiva da expoliação e da manipulação ideológica (aqui).

Boas leituras!

domingo, 10 de maio de 2009

Indigenato, assimilação, racismo

No seguimento duma conversa à margem das aulas, com os alunos que buscavam dados acerca dos estatutos do assimilado e do indígena, informo que o Posfácio do livro Um Amor Colonial (Álvaro e Rosita, Lisboa/Luanda/Moçambique), a sair mais dia menos dia, está agora disponível para download aqui.

As questões que vos interessam são desenvolvidas, em relação a Moçambique, no 2º e 3º sub-capítulos.
Espero que a leitura vos seja útil.

Ao pessoal do 3º seminário de Antropologia Política:

Peço que me contactem urgentemente através do e-mail antropocoiso@gmail.com, pois preciso de vos fornecer alguns materiais bibliográficos.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Bem-vindos, gente das antropologias económicas

O Antropolíticas ganhou hoje um nome mais comprido, para abrigar sem ambiguidades os estudantes de Antropologia Económica da FCSH.

Sejam bem-vindos, e aproveitem para fazer o download do programa desta segunda parte da cadeira, até agora leccionada por Adolfo Yañez-Casal. Está disponível aqui.


Aproveito para lembrar que as questões focais do actual estudo direccionado do Ensaio Sobre a Dádiva são:

- Em que medida a ideia de Mauss de que a dádiva está na origem da troca e do mercado é posta em causa pelo facto de, quando havia potlatch, kula ou grandes concentrações maori com entrega de presentes, haver também paralelamente feiras e mercados onde se regateava?

- Em que medida os objectos de prestígio que circulavam no kula, no potlatch ou entre os maori podem corresponder a proto-moedas, como sugere Mauss? Ou são, em vez disso, anti-moedas? Ou, ainda, a questão não é relevante, visto tratar-se de um facto social total?

- Tratando-se embora de factos sociais totais, em que medida é que estas instituições estudadas por Mauss são fundamentalmente económicas? Ou serão fundamentalmente políticas? Ou, mais uma vez, isso não é relevante?

Convido-vos a utilizarem a caixa de comentários deste post, para irem discutindo as vossas impressões ou dúvidas acerca destes assuntos.


Já agora, uma rápida consulta à base de dados da biblioteca da faculdade indicou a existência de 3 exemplares disponíveis.
No entanto, pela obra que é, aconselho a compra na Feira do Livro.

sábado, 25 de abril de 2009

Ao contrário da maioria dos democratas da minha geração, não me desagrada que o pessoal 20 ou 30 anos mais novo se esteja nas tintas para as comemorações do 25 de Abril.
Não me desagrada, porque isso quer dizer que, para eles, a liberdade é uma coisa natural, um dado adquirido que sempre conheceram e que, por isso, nem sequer justifica celebração.

É claro que não é assim, que a liberdade só é “natural” nas abstracções de alguma filosofia política e que nunca é um dado adquirido.
É claro que a liberdade que conhecem é resultado de milénios de lutas, expressão de um equilíbrio mutável de poderes e um bem permanentemente ameaçado.

Mas estará menos apetrechado para defender a sua liberdade (e para se aperceber quando ela é posta em causa) quem a sinta como natural?
Duvido muito. Não se aperceberão de como é fácil perdê-la; mas, mais do que quem se habituou a conhecer a sua ausência, encararão essa perda como inaceitável.

A aparente indiferença dessas pessoas mais novas é, afinal, a maior das comemorações, o mais forte hino à liberdade – e, saibam-no elas ou não, àqueles que contribuíram para que ela se tornasse normal.

(publicado originalmente aqui)

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Violência e legitimação

Alguns textos disponíveis on-line, interessantes para o tema da violência e legitimação:

- Kate Crehan fala dos conceitos de hegemonia na obra de Gramsci

- Jacques Soustelle expõe a vida dos Aztecas antes da conquista espanhola

- Maurice Godelier analisa a manipulação dos anteriores princípios de organização dos povos submetidos, para a legitimação da exploração e domínio por parte do império Inca

- Max Gluckman apresenta o sistema político do reino Zulu, na sequência da sua expansão guerreira

- Jason Sumich discute o papel da ideologia da modernidade na legitimação das altas elites moçambicanas

Bon apetit...

Seminário "Poderes, Estado e Violências"

O seminário sobre "Poderes, Estado e Violências", baseado no livro Vida Sob Cerco - violência e rotina nas favelas do Rio de Janeiro, foi adiado para a próxima 4ª feira, dia 29 de Abril, das 12 às 14 horas.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Ortodoxia económica e baixa da inflação

Sobretudo ao pessoal do ICS e aos alunos de Antropologia Económica, sugiro a leitura deste meu recente desabafo analítico.

Também ao pessoal de Antropologia Política.
Afinal, se alguns podem duvidar que a economia seja política, a política financeira é-o certamente.

domingo, 12 de abril de 2009

Lançamento de livro


Sobretudo para os inscritos no seminário 5, aqui fica a notícia:

O livro Migração, Saúde e Diversidade Cultural vai ser lançado 2ª feira às 18h 30m, na Livraria Bulhosa de Entrecampos.

Vêmo-mos por lá.

domingo, 5 de abril de 2009

Estranhas lógicas de decisão

Partindo do saudável princípio de que as pessoas não são estúpidas (e de que as decisões políticas aparentemente absurdas seguem uma lógica e um cálculo, mesmo que peculiares e normalmente culturais), justifica-se questionar:

Por que razão a Coreia do Norte, semi-pária da comunidade internacional, decidiu lançar um míssil de longo alcance sobrevoando o Japão, em dia de cimeira da NATO e durante a primeira visita de Obama à Europa?

E que raio terá passado pela cabeça do presidente da Geórgia, quando esta estava a dois passos de entrar na NATO, para em dia de abertura dos Jogos Olímpicos atacar um território que se tinha autonomizado há anos, sabendo que a Rússia iria reagir?

Duas perguntam que merecem um debate, não?

terça-feira, 31 de março de 2009

Hegemonias

Leituras que valem a pena (já para 4ª feira): Kate Crehan, acerca dos conteúdos da palavra "hegemonia", em Gramsci.

domingo, 29 de março de 2009

Seminário Victor Turner


Aproxima-se o seminário sobre Schism and Continuity in an African Society, obra de Victor Turner disponível aqui.

Na próxima 4ª feira, os membros do grupo organizador do seminário deverão chegar mais cedo do que a aula (às 11h30m), para fazermos o ponto da situação e acertarmos agulhas.

Até lá, há 2ª feira um encontro de trabalho entre alunos do qual, segundo parece, nem todos estão ainda avisados.

Uma das colegas que compõem o grupo pede que quem não estiver a par do encontro a contacte através do e-mail susana.boletas@gmail.com.

Desejos de bom trabalho.

terça-feira, 24 de março de 2009

Os ricos prendem a chuva

Esta questão (cliquem na imagem para aumentar) está a levantar muita celeuma e a fazer correr sangue no centro de Moçambique.

Parece de propósito para discutir na aula de Antropologia Política, amanhã, acerca de realeza sagrada e fazedores de chuva...
A quem achar o assunto tão interessante como ele merece, sugiro também a leitura deste artigo de Harry West.

O scan foi cortesia de Carlos Serra.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Info seminários

Devido aos atrasos nas inscrições para o primeiro seminário da cadeira de Antropologia Política, acerca do livro de Victor Turner, ele será adiado uma semana, passando a realizar-se dia 3 de Abril.

Se até à próxima 4ª feira o grupo de trabalho não estiver completo, ver-me-ei obrigado a nomear os membros em falta, escolhendo-os aleatoriamente de entre os alunos que não se tiverem ainda inscrito para nenhum seminário.

A actual lista de inscritos está na caixa de comentários deste post.
Agradeço que a consultem e indiquem qualquer discrepância que detectem.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Do evolucionismo à ambiguidade do poder


Pois é, people...
A internet é um manancial de textos interessantes para quem quer estudar os primeiros passos da abordagem do político pela antropologia e similares, ou os case studies mais clássicos.
Tomem lá uma lista de links:

De Lewis Morgan (o senhor da foto), Ancient Society. Para as questões do político interessam mais o capítulo 1 e a parte II, embora toda a lógica do livro seja, precisamente, correlacionar 'artes de subsistência', formas de família e de governação.
Para quem torce o nariz ao inglês, a versão portuguesa chama-se Sociedade Primitiva (ora tomem!) e está em quase todas as bibliotecas.

De James Frazer, The Golden Bought. Aqui, interessa sobretudo a parte relativa à realeza sagrada. Ouvi dizer que também há tradução em português, mas nunca lhe puz a vista em cima.

De Marx & Engels, Manifesto do Partido Comunista. É um documento deliberadamente panfletário e, por vezes, simplificador do trabalho do velho Karl, mas estão lá os elementos centrais da sua visão de evolução política.

De E.E. Evans-Pritchard, "Os Nuer do sul do Sudã0", um artigo que é assim a modos que um concentrado do célebre livro.

De Pierre Clastres, "Troca e poder: filosofia da chefia índia", um muito estimulante capítulo de A Sociedade Contra o Estado.

Por fim, de Alfred Adler, "Fazedores de chuva, fazedores de ordem", um percurso por várias variantes de realeza sagrada (ou próximas dela) e controle social sobre essas figuras poderosas e ambíguas.

Divirtam-se.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Programa da cadeira - FCSH

Informo que o programa da cadeira de "Antropologia Política" da FCSH (e respectiva programação aula-a-aula) passou a estar disponível aqui.

domingo, 8 de março de 2009

Mais galinhas-do-mato de Barcelos


Entretanto, está por aqui mais um aspecto das semelhanças e diferenças entre a política portuguesa e a que se faz em português, noutros países do mundo.

Neste caso, os sentidos das metáforas com mãos, quando surgem acontecimentos que desagradam (ou deveriam desagradar) aos ocupantes do poder político.

Mais matéria-prima para debate, no Forum "Antropologizar a política portuguesa".

Seminários de "Antropologia Política"

Estão definidos os temas e livros que servirão de base aos 5 seminários integrados na cadeira de Antropologia Política da FCSH. São eles:

1. Regra política e agência (27 de Março)
Turner, V. - 1957, Schism and Continuity in an African Society. Manchester, MUP.

2. Poderes, Estado e violências (24 de Abril)
Silva, L.A.M. (org.) - 2008, Vida Sob Cerco: violência e rotina nas favelas do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, Nova Fronteira.

3. A feitiçaria como linguagem política (20 de Maio)
West, H. - 2009, Kupilikula: O Poder e o Invisível em Mueda, Moçambique. Lisboa, ICS.

4. Políticas no espaço laboral (5 de Junho)
Granjo, P. - 2004, «Trabalhamos sobre um barril de pólvora»: homens e perigo na refinaria de Sines. Lisboa, ICS.

5. Migração, saúde e direitos humanos (26 de Junho)
Lechner, E. (org.) - 2009, Migração, Saúde e Diversidade Cultural. Lisboa, ICS.
(O debate deste tema deverá também ter em conta este artigo e a última secção deste)

Lembro que as equipas organizadoras de cada seminário serão formadas por 12 alunos, que decidirão entre si os materiais a apresentar e se dividirão entre 6 apresentadores e 6 comentadores, devendo todos entregar uma ficha de leitura de 3 páginas (sobre o livro, sobre uma parte dele, ou discutindo uma das teses nele defendidas).

As inscrições para as equipas de cada seminário estão abertas a partir de agora, devendo ser feitas on-line na caixa de comentários deste post, bastando indicar o vosso nome e o número ou tema do seminário que pretendem organizar.

Informo também que, de acordo com a política editorial da Imprensa de Ciências Sociais, os alunos da cadeira terão 50% de desconto na aquisição dos livros por ela editados que (como os 3 acima indicados) façam parte da bibliografia recomendada.

nota: a equipa para o Tema 2 já se encontra completa. Quem ainda não escolheu, escolha outro.

Notas de "Economia e Poder"

People do 3º Mestrado em Antropologia Social e Cultural do ICS (uff!):

Foram atribuídas, na semana passada, as classificações definitivas da cadeira de Economia e Poder e das tutorias sob minha responsabilidade.
Não sei quando serão oficialmente lançadas pelos serviços administrativos. Por isso, quem estiver com pressa de saber as suas notas pode contactar-me através do e-mail.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Textos de apoio

Dois textos que aconselho a quem esteja a começar o estudo destas coisas:

Aqui, Luís Batalha faz uma exposição geral e acessível acerca de "Organização Política e Controlo Social".

Aqui, um velho texto de Georges Balandier acerca do "Domínio do Político".

quinta-feira, 5 de março de 2009

FORUM "Antropologizar a política portuguesa"

O antropólogo moçambicano Emídio Gune (de quem tive o gosto de ser professor, de ter como meu assistente na Universidade Eduardo Mondlane e que tem disponível on-line este interessante artigo) chamou a atenção, na caixa de comentários ao post anterior, para a vantagem ética e científica de aplicarmos aos fenómenos políticos nos países europeus, incluindo Portugal, o mesmo olhar analítico com que escrutinamos os países que, vistos daqui, parecem mais "exóticos".

O comentário torna-se ainda mais pertinente pelo facto de uma importante utilidade social da antropologia ser (para além da mais evidente possibilidade de entendermos lógicas e práticas sociais que consideramos diferentes) a capacidade de deixarmos de ver como "natural" aquilo que nos é mais familiar, questionando-o.

O aprofundamento deste aspecto e a discussão da legitimidade de fazer antropologia "à porta de casa" está disponível neste texto, para quem quiser.

Textos base para discussão é que já é mais difícil encontrar. Nem eu os posso prometer nos tempos mais próximos, pois o meu projecto de pesquisa sobre "A Esquerda Portuguesa e o Muro" ainda mal começou a balbuciar.
Mas, seguindo a sugestão do próprio Emídio Gune, talvez este conjunto de posts do meu blog mais velhinho (e particularmente este) sejam um bom ponto de partida.

Vamos debater?
Vamos levantar mais exemplos?

quarta-feira, 4 de março de 2009

Este blog

Há uns dias, um Presidente da República foi morto em sua casa, por militares, e o porta-voz das Forças Armadas veio dizer que não se tratava de um golpe de estado. E, se calhar, até nem era essencialmente isso.
Num país com fama de bem sucedido, vão-se sucedendo linchamentos que transmitem mensagens políticas e espalhando convicções de que o estado está a prender a chuva no céu e a espalhar a cólera.
Noutro, constitucionalmente democrático, uma sucessão inacreditável de malfeitorias repressivas estatais, por parte dos derrotados nas últimas eleições, foram toleradas pelos democráticos vizinhos de quem dependem.
Outro, ainda, por pouco não entrou em guerra civil e fragmentação, por razões que juntam a maior modernidade e arcaísmos com mais de 500 anos.

Entretanto, há quem se auto-organize em termos políticos, quem tenha chefes com maior ou menor poder e quem se submeta a estados.
Há quem escolha chefes mas os goze com as suas funções, há quem sacralize os seus reis e lhes atribua poderes enormes sobre o universo, há quem tente separar a política da religião.
Há classes sociais, castas e tentativas de fazer de conta que somos todos iguais.
Há relações de poder que se exercem sobre sociedades inteiras e outras que abrangem comunidades restritas, ou medram em empresas e escolas, entre homens e mulheres, numa família, entre duas pessoas.
Há quem as exerça mais com base na força e quem mais se esforce por fazer com que, aos olhos dos dominados, o seu domínio pareça natural e legítimo.

Isto interessa para alguma coisa?
Isto desperta-vos curiosidade?

Se são alunos de "Antropologia Política" na FCSH ou de "Economia e Poder" no ICS, é melhor que desperte - porque, no fim de contas, vão ter que estudar e discutir estas coisas.
É para vocês que, antes de mais, este blog existe. Como um espaço de informação e de debate que vos pode servir de apoio e que transporta estas questões das aulas para um sítio menos limitado pelos relógios e pela presença física.

Para os outros que aqui passem, juntem-se a nós.
Leiam o que aqui será sugerido, se quiserem. E se quiserem opinem, argumentem, perguntem, debatam.
O microfone está, a partir de hoje, aberto.