domingo, 5 de abril de 2009

Estranhas lógicas de decisão

Partindo do saudável princípio de que as pessoas não são estúpidas (e de que as decisões políticas aparentemente absurdas seguem uma lógica e um cálculo, mesmo que peculiares e normalmente culturais), justifica-se questionar:

Por que razão a Coreia do Norte, semi-pária da comunidade internacional, decidiu lançar um míssil de longo alcance sobrevoando o Japão, em dia de cimeira da NATO e durante a primeira visita de Obama à Europa?

E que raio terá passado pela cabeça do presidente da Geórgia, quando esta estava a dois passos de entrar na NATO, para em dia de abertura dos Jogos Olímpicos atacar um território que se tinha autonomizado há anos, sabendo que a Rússia iria reagir?

Duas perguntam que merecem um debate, não?

3 comentários:

Anónimo disse...

Roman Beiu

sobre a Correia de
Norte, existe uma palavra que define muito bem a situaçao: show-off

Anónimo disse...

Roman Beiu

a verdade é que perante uma situaçao dessa nada se pode fazer, a nao ser atravez de diplopacia e só diplomacia!por isso axo aceitavel a posiçao que tomaram a china e a russia

Anónimo disse...

Para o teu bem, o dos teu filhos, e para os filhos dos teus filhos, espero que tenhas razão, e que seja mais show of que outra coisa. Como vives a situação dos países de leste mais por dentro, nesse campo só posso aprender contigo. De qualquer forma espero que tenhas razão nisso, e concordo que apenas a diplomacia deve fazer alguma coisa. Há uns 10 anos atrás, o que para a minha idade significa ontem), apanhei um belo cartoon, que exemplifica bem como vai o mundo. No referido cartoon, um indiano e um paquistanês discutiam o então famoso bug do ano 2000 nos computadores, dizendo um para o outro, "estes americanos deixam-me nervoso" Ao fundo, um enorme cogumelo atómico. Acho que o cartunista apanhou perfeitamente a insanidade do mundo. Ali o importante não era a bomba atómica, (que ambos os países já possuem), mas o bug do ano 2000!
O caso da Coreia do Norte a mim deixa-me sem norte. Não conheço a história do país, e fico estarrecido com aquilo a que alguêm já chamou de "absurdistão". Como reagirão aquelas pessoas quando a aberração criada em nome do Comunismo terminar? O que justifica a manutenção de um regime de terror e de fome? O que pretendem com a criação de mísseis intercontinentais e de bombas atómicas? Entretanto, a América do Obama vai trilhando outros caminhos, pensa já em negociar com o Irão, e alguns Europeus vão já ficando nervosos, e talvez com saudades do Bush... Tento imaginar o que vai na cabeça do poder em Israel. A questão deste país é clara: o país é tão pequeno que não se pode dar ao luxo de ter uma única explosão atómica no seu território, porque isso acabaria com Israel. Nos anos 80 eles destruíram o programa nuclear Iraquiano, numa acção espectacular. Desta vez, com o Irão, estão a ir por outra via: há apenas alguns meses, morreu de forma inesperada o principal cientista nuclear Iraniano. Pessoalmente detesto um mundo em que a América e a Rússia detêm um imenso arsenal nuclear. Quando eu tinha a tua idade o mundo vivia suspenso no equilíbrio do terror. Agora, temos a disseminação dos conflitos por todo o mundo, os blocos desapareceram, e vivemos agora no terror do desequilibro. Pessoalmente não quero viver num mundo em que tal gente detenha um poder tão grande. Porque Iroshima e Nagasaki já foram há demasiado tempo, porque a memória do mundo é curta, e porque continua a haver demasiada gente doida à frente dos destinos a Humanidade. Vamos ficar atentos (e lúcidos) para não deixar que tal gente dê cabo disto.

Abraço

Sérgio Caldeira