quarta-feira, 25 de maio de 2011

Mudança de data de exame de Antropologia Económica

Por razões administrativas, o exame da cadeira de Antropologia Económica da FCSH realizar-se-à apenas dia 31 de Maio, pelas 12 horas, na sala 02.

Os alunos deverão contactar, para pormenores, o secretariado do Departamento.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Algumas questões para reflexão dos meus alunos (e de quem se interesse por estas coisas)

- Em que medida (e por que razão) é que a interpretação de Marshal Sahlins dos grupos de caçadores-recolectores como "sociedades da abundância" põe em causa os pressupostos (e definições) clássicos da economia?

- Que semelhanças e diferenças é que existirão entre o "desaparecimento do produtor no produto", que Geffray aponta na economia Macua, e fenómenos que ocorrem nas sociedades capitalistas?

- A julgar pelo caso do fracasso das "aldeias comunais" em Moçambique, de que forma podem os factores ecológicos, políticos e simbólicos ser obstáculos importantes para projectos de "desenvolvimento rural"?

- É concebível (e em que condições) que a crença em espíritos e feitiços seja compatível com a segurança e o trabalho em indústrias modernas de tecnologia complexa?

-Será que a crise dos mercados financeiros, de que continuamos a sofrer as consequências, teria sido possível caso as pessoas que neles transeccionam não absolutizassem a teoria marginalista do valor e não encarassem "o mercado" como uma entidade supra-individual e com racionalidade própria?

Há entretanto, em posts mais abaixo, ligações para vários outros textos relevantes para a antropologia quer de contextos económicos não-capitalistas, quer do capitalismo moderno.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Dádiva e reciprocidade

Alguns textos acerca e a partir do Ensaio Sobre a Dádiva, de Marcel Mauss:

A posição de Sahlins.

Yañez-Casal, sobre as críticas ao Ensaio e sobre a dádiva nas sociedades contemporâneas.


O capítulo de Malinowski acerca do kula, disponível aqui;

Um artigo de Randles sobre a reciprocidade na África Bantu, (está aqui);

Um outro, de Wachtel, onde o Estado Inca é analisado do ponto de vista da reciprocidade (download aqui);

Um capítulo de Godelier, onde este analisa a mesma realidade segundo a perspectiva da expoliação e da manipulação ideológica (aqui).

E, já agora, algumas perguntas para debate e reflexão:

- Em que medida a ideia de Mauss de que a dádiva está na origem da troca e do mercado é posta em causa pelo facto de, quando havia potlatch, kula ou grandes concentrações maori com entrega de presentes, haver também paralelamente feiras e mercados onde se regateava?

- Em que medida os objectos de prestígio que circulavam no kula, no potlatch ou entre os maori podem corresponder a proto-moedas, como sugere Mauss? Ou são, em vez disso, anti-moedas? Ou, ainda, a questão não é relevante, visto tratar-se de um facto social total?

- Tratando-se embora de factos sociais totais, em que medida é que estas instituições estudadas por Mauss são fundamentalmente económicas? Ou serão fundamentalmente políticas? Ou, mais uma vez, isso não é relevante?

- Em que medida e de que forma é que a dádiva anónima e mediatizada, entre desconhecidos, põe em causa os modelos de reciprocidade baseados na proximidade e distância social, como o de Sahlins?

- Em que medida é que o aumento do âmbito e quantidade da dádiva entre desconhecidos, nas sociedades mercantis, pode corresponder a uma recusa da restrição das relações sociais modernas ao interesse e ao cálculo económico?

terça-feira, 1 de março de 2011

Algumas perguntas económicas interessantes para quem se interesse por antropologia

Ora pensem lá, e se quiserem discutam:

Porque é que Adam Smith achava que os monopólios e oligipólios eram a maior ameaça aos aspectos que considerava benéficos na sua "lei da oferta e da procura"?

Porque é que as alterações que Karl Marx introduziu na "teoria do valor-trabalho", antes desenvolvida por Adam Smith e David Ricardo, mudaram tão profundamente o seu estatuto explicativo, ético e político?

O que é que significa, precisamente, dizer que a moeda é um "equivalente universal de valor" e que vantagens traz a sua existência?

Porque é que a quantidade de dinheiro em circulação é muito maior do que a quantidade de dinheiro realmente impresso e materialmente existente?

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Economias para aprendizes de antropólogo

Para este ano de Antropologia Económica, é este o programa de trabalhos.

Começando por alguns conceitos e questões básicas da economia, poderão acompanhar a oferta e a procura, a "mão invisível" do mercado e a génese do valor-trabalho neste texto de Galbraith e nos ainda mais mainstream Samuelson e Nordhaus.

Sobre o percurso do valor-trabalho à mais-valia (e daí à exploração), vale a pena ler Denis acerca das teorias do valor e, claro, o velho Marx, ele próprio.

Acerca da moeda, troca e mercados financeiros, sugiro o sempre irónico Galbraith e o mais sisudo Samuelson.

Quanto ao que disto saiu, de legitimações morais e projectos de sociedade, valem de novo a pena o Galbraith e o Marx.


Pode-se ir também pensando acerca do que dizem Feliciano e Yañez-Casal acerca das relações entre o económico e outras dimensões de social, e acerca da construção da antropologia económica - tema a acompanhar também em Godelier.




Entretanto, tal como nas restantes cadeiras.a aula de dia 17/2 será substituída pela conferência de homenagem a Jill Dias, pelo que as matérias destes primeiros módulos serão um pouco mais consensadas.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Informações e textos - ICS

Informo os mestrandos e doutorandos inscritos na cadeira de Incerteza e Risco que, conforme foi solicitado, a entrega do trabalho final foi alargada até dia 17 de Janeiro.

Quanto à cadeira de Economia e Poder, o artigo de Susana Durão sobre Polícia, Segurança e Crime pode ser consultado aqui.