quinta-feira, 17 de março de 2011

Dádiva e reciprocidade

Alguns textos acerca e a partir do Ensaio Sobre a Dádiva, de Marcel Mauss:

A posição de Sahlins.

Yañez-Casal, sobre as críticas ao Ensaio e sobre a dádiva nas sociedades contemporâneas.


O capítulo de Malinowski acerca do kula, disponível aqui;

Um artigo de Randles sobre a reciprocidade na África Bantu, (está aqui);

Um outro, de Wachtel, onde o Estado Inca é analisado do ponto de vista da reciprocidade (download aqui);

Um capítulo de Godelier, onde este analisa a mesma realidade segundo a perspectiva da expoliação e da manipulação ideológica (aqui).

E, já agora, algumas perguntas para debate e reflexão:

- Em que medida a ideia de Mauss de que a dádiva está na origem da troca e do mercado é posta em causa pelo facto de, quando havia potlatch, kula ou grandes concentrações maori com entrega de presentes, haver também paralelamente feiras e mercados onde se regateava?

- Em que medida os objectos de prestígio que circulavam no kula, no potlatch ou entre os maori podem corresponder a proto-moedas, como sugere Mauss? Ou são, em vez disso, anti-moedas? Ou, ainda, a questão não é relevante, visto tratar-se de um facto social total?

- Tratando-se embora de factos sociais totais, em que medida é que estas instituições estudadas por Mauss são fundamentalmente económicas? Ou serão fundamentalmente políticas? Ou, mais uma vez, isso não é relevante?

- Em que medida e de que forma é que a dádiva anónima e mediatizada, entre desconhecidos, põe em causa os modelos de reciprocidade baseados na proximidade e distância social, como o de Sahlins?

- Em que medida é que o aumento do âmbito e quantidade da dádiva entre desconhecidos, nas sociedades mercantis, pode corresponder a uma recusa da restrição das relações sociais modernas ao interesse e ao cálculo económico?

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